21 de agosto de 2009

Vou errando enquanto o tempo me deixar

Ando pela noite outra vez.
Canto sozinho um minueto
já me acho no preto do escuro
canto inseguro em inglês

canto,
desafino,

caio em pranto

Hoje erro outra vez
érro de velho
vou vivendo, batendo
o prego no martelo
açucar na salada
sal no marmelo
cada erro pior

Transcrevo minha tristeza outra vez
Distorço
Ponho no papel
Me reiludo na ficção

Digo que nada sei outra vez
outra vez acordei, trabalhei, cansei da vida e durmi
errei, errei, e não parei por aí

Erramos no trabalho.
Erramos no pensar.
Erramos sem parar.

Andar perdido pela noite.
Porque seria mais incerto?
O que há de errado nisso,
De dar chance à sorte?

Nessa vida errante
Recortamos o bruto torto pra tentar consertar
Cada euforia é um recorte

Mas um retalho ficará
o erro mais certo
a morte.