14 de fevereiro de 2011

Lua cheia



Antares, três marias, polar presentes
órion, ursa maior e menor
depois de cancer o leão ruje
e então virgem sem demora
marte no crepúsculo
vênus na aurora
um cometa foge triste e só
relanceio o cruzeiro só agora
desorientado
fito a prata

libra pesa meus medos
preciso de um regime
pégasu voa longe e sagitario assassina

vagalumes vagam
lampeões ao lado
uma lanterna é brinquedo

tudo apaga logo cedo
tudo reluz junto ao luar
mas ninguém brilha mais...

Na noite soberana do meu pensar

3 de fevereiro de 2011

cor

Não acredite nas minhas roupas
não acredite nos meus lábios
não acredite no sorriso
nos meus olhos e cabelo
não acredite na luz do sol
molusco fusca um soco
tudo é cinza
tudo é azul

1 de fevereiro de 2011

Aah!

Cabeça cansada
meu corpo acostumou com pancada
o dia-dia paulistano
trabalha compra trabalha compra

depois veja, a novela
depois humor depois morte depois dívida externa
é tão lindo que me dá vontade de gorfar
minha cabeça não suporta a inteligência

alegria e ilusão
por que não?
tem até aliteração
outro dia olhei pro rio e vi o meu reflexo
pena que tinha um torosso na minha testa
acho que a inteligência se atesta

Deu vontade de fazer festa
homem banco, mulher no açougue
homem perto, mulher longe
revira no meu peito uma revolta
mas nunca se solta
explode e implode de volta

prison break? não.
prisão branca
que todo dia me espanca
espanta, mas nunca se desfaz
nunca se desmonta
preciso de ajuda
vamos fazer uma afronta?
porque será que essa idéia
essa força, só ela
a gente nunca compra?
queria saber, ou não querer mais
sei lá o que queria, podíamos viver em paz