29 de julho de 2011

Existência

Quando eu era bem criança as coisas que eu via, as imagens e sensações não tinham vínculo com a existência. Quer dizer, lembrando de como eu sentia e experienciava as coisas, elas eram como imagens soltas. Como um filme.
Se eu olhasse por exemplo para um carro, eu não conseguia automaticamente pensar que aquilo era algo que já existia antes de eu ver e continuaria existindo depois; que era algo que tinha uma profundidade, peso, materiais variados em sua composição, que era algo inventado pelo homem, feito numa fábrica, etc, etc. Uma droga de um carro comum como outro qualquer, que faz barulho e para no trânsito.
Nada era automatizado. Não dava pra ter uma noção total e precisa de profundidade. Às vezes eu me sentia mais alto ou mais largo meio que do nada.
Imagino que essas coisas aconteceram com todo mundo. Aposto que você também tinha alguma dificuldade em diferenciar sonhos e realidade. Sonho também tem imagem, barulho, pessoas e coisas confusas. Eu realmente não sabia direito quais as coisas que tinham acontecido de verdade, confiava em mim mesmo menos ainda. Se a gente não fosse tão preso ao nosso vício de achar que as coisas vão ser sempre iguais a gente ainda teria essa dificuldade.
Hoje em dia dou tão pouco valor ao sonho que quase nunca lembro o que eu sonho. Enquanto escrevo não faço a menor idéia do que sonhei ontem.

26 de julho de 2011

Jongueiro novo

Saravá ioiô
leva fulô pra iaiá
Saravá ioiô
leva fulô pra iaiá

Tira dor daquela nega
que não para de chorar
Tira dor daquela nega
que não para de chorar

Ai! Eu vou!
Eu vou, eu vou pra lá
Eu vou dançar o jongo
Eu vou o jongo dançar

15 de julho de 2011

A chanson

I've ever been locked in some kind of kage
but now i've got you all
i've got a smile upon my face
i have the chance to make a chanson
i have the chance to make a change

1 de julho de 2011

Café

Letargia no dia-dia
as letras se mistarundo
me lantevo de pé e adno
retomado, meu rosto se retorce

— Odeio Café

Café certo,
forte,
amargo.
Acordoado, os neorônios se agitam:
Odeio café!
penso lembro rápido as letras e linhas
minha fraqueza se define
de embaçado a desforme
contorno de descontrole
de quando acorda, de quando dorme.
Odeio café forte!
odeio gente fraca, café forte,
que se definha de vício fácil
de rotinazinha mesquinha

Tempo forte, turvo, amargo
ver voltas, ver tudo que passe
somar-se dia, soma mês, soma ano
só me fiz trago no soma paulistano