27 de dezembro de 2009

Lavação e lavagem aos porcos

Não suporto a sujeira de uns sujeitos
fujo, mas sou sujeito a ficar sujo
despenco, extravaso, pois não tem jeito
que se fala ao impuro dito cujo?

pura hipocrisia, mentira branca
devo acreditar que quem rouba um
não rouba dez, também não rapa banca?
pois um ruim é um ruim de longe e no zoom

minha estrutura é tão ruim que vou ao chão
não suporto as almas de essência impura
quero ser um pouco menos humano

me levanto sem ganhar outra mão
pra superar a tudo em novo plano
dar a mão a tapa e ficar a altura

2 comentários:

  1. O que dizer? Você cria uma ambivalência gostosa no texto. Corrijo-me: uma polivalência. Seu discurso contém vários discursos: o de quem tenta fugir, o de quem tenta se (re)erguer, o de quem sente asco (por ser humano), e o de quem gostaria de ser menos humano mesmo assim.

    É muito bom que você repudie as "almas de essência impura". Eu sempre fui um desses que se creram anátemas por repudiar tais almas de essência dúbia. Na sociedade o que mais vemos é que quem não é pego (metendo o pé na jaca) é um cara de sorte - mas eu afirmo o contrário: um cara desses será sempre um cara de azar.

    Pois um dia, nesta vida, na próxima, em alguma que seja, ele vai ter de se olhar no espelho, isto é, se um dia ele deixar de ser vampiro... para quem a reflexão é a prova de sua própria inexistência.

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  2. adoro desfrutar das leituras de seus textos...
    adoro!!
    não tem como falar que você não é criativo!!
    rs
    Beijoos

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