I
me vi deparado com o mundo
o estigma está estigmatizado
o dogma tem óbito atestado
o dízimo foi dizimado
o pequeno já não é mais pecado
a alma desanimou e sumiu
e o espírito está estilhaçado
Deus disse Adeus
Jesus suspirou
e o amor não seduz
e o sonho acordou
a flora foi jogada fora
a fauna jogada na sauna
a tradição já foi traída
a maldição foi esquecida
a páscoa descasca em cacau
e até no natal foi fatal
a luz já virou capital
II
hoje o homem em desamparo.
me encaro, desando e paro.
É mentira!
volta a andar. volta! volta!
Nessa andança a esperança é tísica
olho o mundo, vi metafísica
o chão é concreto, o sorriso é amigo
a perda tem banho de ganho
meus olhos na minha nuca passivos
murmurinhos na cabeça sem fim
algo no mundo parece perdido
mas nem toda perda é ruim
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