2 de julho de 2008

O porvir

Durante três anos
sua vida foi assim
por serviço extra
Após dia incomum,
Por meia a duas horas
de segunda a sexta
E por vezes o fim
de semana também

Sempre após trabalho
num banco ele sentava
Num banco de praça,
sozinho e lá ficava
Ela vinha e por lá
passava todo dia
E todo dia, ele
A contemplava e via

Mas ele decidiu certo dia
acabar com essa rotina fria
com essa agonia de fazer nada
pela atitude de quem quer tudo
luz á vida desmoralizada

lá foi ele em sua direção
para falar a frase perfeita
— Que horas são, por favor?
— Quatro e meia, senhor.
Decisão foi certa
Atitude errada
ele ficou calado
ela logo foi-se
mas ficou também com ele a vontade
foi com ela a coragem
té pra simples ois

E assim foi
té um dia,
pouco depois
que ela parou de vir
Ele parou de vê-la
e acabou-se o devir

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