4 de fevereiro de 2009

Vivo nada

A vida é o vazio
E visa a compreensão
de que tudo é nada
O nada da imensidão
Onde algo parece que cresce
Cravado imóvel num vaso sem água

A vida é um bosque sombrio
E eu sóbrio na escuridão
De madrugada na mata fechada
Só me abro pra uma melodia
Que de melancólica e sombria
Quase mata também

Eu sóbrio sem ninguém
No sólido solo que inexiste
Sinto o frescor de nada que bate
E uiva como o som que persiste

Lembro o sol e a felicidade
E como estragam toda a beleza
Da tristeza com a ilusão de existir
Que com sua fria energia derretem a cera
Das asas de minha imaginação
E com toda esta besteira
Não chegam à beira da existência em mim
Que incompetência!

Lembro bem, também, de quem
Sendo um pedaço de nada
Pra quem por nada muito nada fiz
Tornou a fala calada
Provou que não existo
E me fez feliz como nunca quis

E agora vou grato confessar
Não cumprir minha vida seu propósito,
Mas de propósito deixar
A noite sem fim cumprir seu papel
Fazer-me comigo fiel
E feliz em cantar pela madrugada
Ela que é nada, mas tudo pra mim

Um comentário:

  1. nossa cara, gostei bastante! até me encontrei um pouco nesse poema. bacana mesmo, tá de prarabéns! entra no meu e lê, vc vai gostar, acho! abraço!

    ResponderExcluir