20 de maio de 2010

Como afundo sem razão

Espirro de absurdo
manifesto de inspiração
incoveniente incontesta
despertar de dispersão
que extrai do inconciente disparates
palavras dispersas
bagunçadas por sentimentos incertos

Medos desmotivados
desejos latejantes
tuque batuque demente

insistente a mente
tenta uma coesão
tornar pacífico o desentedimento
conflito do tipo: — Quer ir? — Pode.
Trazer pra perto a prosaica discrição
arte descritiva do bom escrivão
de desconcretização

mas volta no momento
o último ressentimento
Medo
o medo de olhar
impede a descrição de olhar
torna indiscritível o olhar

medo medo medo
ser olhar tocar
olhar leitor julgar
volte mente ao lugar!
novamente ao lugar...

o dia não tem luar
Pantagruel vem me chamar
serei Franco Moretti
agora saí do sério
é a mais pura mentira
não há preenchimento
há bifurcações de fúria
furos de ira
sonho de indescrição
de beijo no olhar
— acordado —
de sentar no meu colo
o corpo e cabelo.
A carga de ressentimento
deu corda ao devaneio
o medo virou paixão
a mente foi pra escanteio
no reino da sensação
indiscreta
livre
associação

Ação de sapo
dissocia
diz sofia
fobia
medo
meio
veio
feio
fim.
sim!
incumprido!
encomprido tudo
sinto tudo
encontrado e tragado
num mar de anti-sentido
maravilha
olho vil
sexteto trolho
lhama fama
corazeda coração
coro de corais parafuso
sujo sujiscuro
desrritimado no vôo
do cimento ciumento.

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