1 de maio de 2010

A morte absoluta

Morrer.
Morrer de corpo e de alma.
Completamente.
. . . . . . . . . . . . Manuel Bandeira


Às vezes
eu queria morrer

Não como um suicídio,
não como Castro alves
Álvares de Azevedo
werner e a sociedade
dos poetas mortos

só morrer só
sem solidão
Sem ofuscar
sem escurecer

não uma vida finda
não alma viva ainda
mas morte pura, a morte mais linda

queria ser tudo que não é por ser o que é
morte da cor que o cego vê
que não tem por que porque não tem
morte forte que não tenha rima
por não ter nada em cima
morte sem sinal, por não ter sina

Só queria ser algo que se algo fosse
seria morto imortal, sem motivo
seria feliz por não ter emoção
eternamente completo por não ser

Um comentário:

  1. Puxa, nunca vi uma descrição tão humana de uma coisa tão divina! É exatamente a morte proposta por Cristo: a morte do que pensa que é mas não é. A morte que torna tudo eterno em uma vida que hoje não se vê.
    Beijo querido!

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